VAI UM CAFEZINHO AÍ? CAFETERIAS FAZEM PARTE DO “DNA” PAULISTANO

Autor: Hares Pascoal

São Paulo desperta cedo e, em lotados balcões, ouvem-se pedidos de “médias”, “pingados” e cafés expressos. Ou então, depois do almoço, para dar aquele gás na volta ao expediente. Ou, ainda, no meio da noite, para todos aqueles que trabalham madrugada adentro conseguirem manter os olhos bem abertos.

Não importa onde, quando nem como se chama. Ele está presente na vida de muitos paulistanos. O famoso cafezinho, tão essencial na vida cotidiana dos dias de hoje, está intimamente ligado à história da cidade.

Em tempos remotos, entre o séc. XIX e o séc. XX, o Brasil viu a produção cafeeira viver seu auge, justamente quando o maior produtor do país era o Estado de São Paulo. Com o dinheiro decorrente do “ouro preto”, a capital enriqueceu e se modernizou, atraindo milhares de imigrantes europeus que queriam aproveitar o período de alto crescimento econômico. Muitas das características urbanas e arquitetônicas do Centro se deram nesse período, influenciadas pelo processo vivido pela cidade.

Café Girondino faz sucesso com suas deliciosas bebidas no centro da cidade. Foto: Divulgação
Foi nessa época que prédios icônicos surgiram no Centro. Construções como o Palácio da Justiça, o Edifício Guinle, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Largo do Café e o Edifício Martinelli foram erguidos. A região da Luz foi uma das que mais mudaram. Com a construção da estação da Luz, facilitando o escoamento do pó de café para Santos via transporte ferroviário, todo o entorno se modificou. Além da própria estação, outros locais viraram marco na cidade até os dias de hoje. Como o painel “Epopéia Paulista”, da artista Maria Bonomi, o Parque da Luz, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, a estação Júlio Prestes e a Vila dos Ingleses, que servia de moradia para os trabalhadores ingleses da São Paulo Railway.

E, como não poderia deixar de ser, o café se tornou companheiro fiel dos paulistanos. Fosse na vida, no campo ou na sala de casa para receber alguma visita, dando mais sabor às conversas e energia ao trabalho, o café era presença garantida nas mais diversas cozinhas. Os hábitos mudaram, e a economia também. A riqueza em torno da bebida gerou um novo mercado.´
E, com isso, vieram as cafeterias. E em uma cidade em que o café é levado tão a sério como a capital paulista, para sobreviver na área ele tem que ser genuinamente bom. No Centro, há cafeterias que fazem jus à tradição cafeeira da cidade, fazendo sucesso hoje onde a riqueza gerada pelo café foi materializada.
Para seguir os passos dos antigos cafeeiros e sues grãos pela cidade, confira os atuais pontos para se beber um bom café:

Largo do Café – Na região, localizada no cruzamento das ruas São Bento, Álvares Penteado, Rua do Comércio e Dr. Miguel Couto, concentram-se diversas cafeterias. Antigamente, este era o local onde o grão era comercializado.

Café Girondino – Localizado no centro da capital, próximo à estação São Bento do metrô e em frente ao Mosteiro de São Bento, o Café Girondino possui três ambientes distintos: no térreo, café e lanchonete; no mezanino, o bar; e no piso superior, o restaurante.

Café Floresta – Com uma variedade de cafés, que vai do tradicional ao sofisticado, o Café Floresta fica na Rua São Bento e já possui mais de 60 anos de existência.

Padaria Santa Tereza – Uma das padarias mais antigas de São Paulo, foi fundada pelos portugueses em 1872 e fica na Praça João Mendes.

Além das opções no Centro, há dicas mais recentes para se apreciar um bom café em outros endereços da cidade neste link.

Para quem ficou curioso sobre a parte histórica e quiser saber mais detalhes e curiosidades sobre os pontos históricos, acesse o Roteiro do Café.

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