“CRIAR VALOR É O MAIOR DESAFIO DE UMA FEIRA”, APONTA GISELE LIMA

Começa nesta quinta-feira (24) a 43º Abav Expo Internacional de Turismo. A feira é organizada pela Promo Inteligência Turística. A empresa, no formato atual, existe desde 2010 e foi fundada pela Gisele Lima.
Segundo a profissional, sua escolha pelo turismo se deu por ela acreditar na força de geração de renda e transformação social do setor.

Ela ressalta que, considerando apenas o Brasil, foram mais de cinco milhões de turistas domésticos e mais de seis milhões de estrangeiros só em 2014. Considerando os mais de cinco milhões de turistas nacionais, foram geradas 206 viagens internas. Ou seja, uma média de 41 viagens por passageiro. Foram mais de três por mês, em média.

Ainda naquele ano, ela cita que o Turismo representou US$ 7 bilhões na balança comercial. Essa receita supera a exportação de frango (US$ 6,8 bilhões), café cru em grão (pouco mais de US$ 6 bilhões) e automóveis de passageiros (US$ 3,1 bilhões). A entrada de divisas representou crescimento de 79%, sendo que o setor está em quinto lugar na balança comercial (é o primeiro quando se fala em Serviços).

Gisele, que é poliglota e formada em Comunicação Social, com especialização em Marketing B2B na Alemanha, falou sobre os principais desafios da sua empresa em entrevista ao HOSTELTUR BRASIL Notícias de Turismo.

– Hoje, quais são os principais desafios a serem vencidos para realizar uma feira de turismo que realmente impressione os visitantes e e também gere resultados?

Criar valor para os expositores e visitantes. Esse é o maior desafio para se realizar uma feria de turismo que impressione. E valor nos dias de hoje pode ser traduzido como negócios, conhecimento e network.

– Feiras, eventos, marketing e comunicação, ativação de marca e pesquisa: quanto cada uma dessas atividades representa no share da Promo?

Somos especializados em comunicação multiplataforma, tudo que pensamos para nossos clientes tem essa visão e igual importância nos trabalhos que desenvolvemos. Em um mundo conectado, informação plural faz toda a diferença, pensar o todo agrega valor às marcas e potencializa resultados. A participação nessa plataforma depende do perfil do cliente e da ação.

O foco da empresa está na inteligência turística, o que não restringe o mercado de atuação da Promo, pois também temos know how em marketing e eventos – com diversos clientes em nosso portfólio – entre outros desafios. Eu sempre digo que os desafios nos fortalecem. Quanto mais desafios recebemos, mais a Promo se destaca!
– Hoje, quais destinos e empresas são atendidos pela Promo?

Temos uma penetração forte no mercado nacional, e a confiança de clientes que já nos permitiram executar ações das mais diversas, como Foz do Iguaçu, os nove Estados do Nordeste, Santa Catarina, México, CVC, São Paulo, Curaçao eBrasil. Temos escritório em Tokyo, Los Angeles, Nova York, Lima e Argentina.

– Quais as principais oportunidades e desafios da promoção desses destinos, levando-se em conta as peculiaridades de cada um e o cenário macro econômico?

A oportunidade se cria, esse é um valor que agregamos aos nossos clientes. Diversidade de produtos é um ponto comum entre eles, todos múltiplos, com potencial para diferentes nichos de mercado, que certamente complementam um fluxo de turismo em diferentes épocas, contribuindo para minimizar sazonalidade e elevar a permanência do turista no destino, com maior gasto médio.

A meta nem sempre é crescer, temos foco também na qualidade do turista. Aumento de pernoite e gasto médio são fortalezas importantes para um crescimento sustentável.

Também é importante ressaltar que não basta ter dinheiro. Se você não sabe onde aplicá-lo, os resultados podem gerar perdas irreversíveis.

Independente do número de turistas, esses países enxergam no turismo uma economia capaz de gerar emprego e renda. Como economia transversal, o turismo atua em mais 50 segmentos, foi o setor que superou a crise mundial e cresceu 5% enquanto o PIB cresceu 2,9% em 2014. Houve um crescimento de 4.7% de viajantes pelo mundo e em 2014 mais de um bilhão de pessoas viajaram. O turismo é responsável por 9% do PIB Global e cerca de 260 milhões de empregos: um a cada 11 empregos do planeta. As Américas apresentam maior percentual de crescimento em turismo: 8% contra 5% da Ásia e Pacifico e 4% da Europa.

Em 2014 o Brasil foi líder de receptivo na América do Sul. Certamente a Copa contribuiu e os desafios aumentaram para mantermos essa liderança nos próximos anos.

– Como você avalia a promoção do Brasil no exterior?

Somos a empresa gestora dos EBTs e temos uma equipe capacitada e especialista em todos os países com a implantação dos escritórios e mais uma equipe no Brasil que contribui com a gestão.

Promover o Brasil no exterior é um mar de oportunidades. Podemos falar de diversidade, natureza e bem receber. Mas a experiência acumulada e o dia a dia com esses mercados nos faz compreender que o turista internacional quando decide vir ao Brasil tem como ponto decisivo de sua compra se divertir como um brasileiro, nosso principal diferencial.

Indiscutivelmente, a natureza e o bem receber são pontos fortes. Já os pontos negativos, nada que qualquer país no mundo não os tenha. O foco é cuidar do turista para que ele tenha uma experiência positiva com o destino.

Todos sabemos que por exemplo, segurança é um ponto de atenção em alguns locais do País, assim como em Nova York ou Paris. Cabe a nós cuidarmos de nossos turistas a fim que tenham sempre a melhor experiência ao nos visitar.

– Com a chegada do novo presidente da Embratur, qual e como será o planejamento estratégico?

Na minha visão, o Vinicius Lummertz é um inovador por essência, sabe como liderar um time com motivação e garra, isso certamente irá mover o mercado em ritmo acelerado e sustentável.

– Sabemos que o Brasil de um modo geral e o setor turístico em particular não são muito bem avaliados quando falamos em números e estatísticas. Como é possível traçar estratégias de promoção assertivas mesmo sem, necessariamente, ter uma fonte de dados confiável?

Não há como ser assertivo sem uma fonte de dados confiável. Afinal, “para que tanta pressa se vc não sabe para onde está indo?”. Nosso trabalho é gerar informação confiável para decisões assertivas.
Aline Costa / São Paulo, Brasil

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